Empresa brasileira produtora de biodiesel, a Binatural teve participação de destaque na COP30, com atuação direta em fóruns do evento e posicionamento claro sobre o biodiesel como solução imediata para a descarbonização. O CEO da companhia, André Lavor, liderou três painéis internacionais, apresentando as externalidades positivas do biocombustível, tanto ambientais, sociais quanto econômicas.
Durante a conferência, o foco das negociações esteve nas soluções aplicáveis no presente, sobretudo em setores intensivos em diesel, como transporte pesado, geração térmica e operações industriais. Em um contexto no qual há uma pressão mundial para a diminuição drástica do uso de combustíveis fósseis, o biodiesel ocupou posição central como uma das poucas alternativas já disponíveis em escala para reduzir emissões.
“Diferentemente de rotas tecnológicas ainda em validação, o biodiesel já opera em escala industrial, conta com infraestrutura logística consolidada e capacidade de uso direto em motores e equipamentos atuais”, afirma André Lavor. Estudos de ciclo de vida indicam que a redução de emissões pode chegar em 90%, dependendo da matéria-prima e do processo produtivo.
Diante da crescente complexidade do debate sobre transição energética, a Binatural passa a se posicionar como fonte técnica especializada sobre o papel do biodiesel. A companhia é a única entre as 10 maiores produtoras de biodiesel do país que atua de forma especializada nesse biocombustível, com a maior diversidade de matérias-primas da indústria, combinando óleo de soja (40%) com óleos residuais e gorduras animais (60%).
A presença da empresa, tanto na Blue Zone quanto na Green, na COP30 reforça esse protagonismo. O CEO da companhia foi painelista nos debates internacionais promovidos pela Amcham Brasil; pela Fundação Dom Cabral (FDC); e pela Abiove, em um espaço que contou com a adesão de 13 entidades representativas da indústria automotiva e dos setores de biocombustíveis.
Além de Lavor, a empresa esteve representada por uma delegação - Luís Carlos da Costa Filho (diretor industrial), Elaine Carvalho (gerente de sustentabilidade e comunicação) e Manuel Viveiros (gerente de vendas).
Segundo André Lavor, o momento atual exige que o debate climático seja tratado com mais assertividade: “O problema climático é de agora. O biodiesel é uma das poucas soluções que já conseguem reduzir emissões em escala real, sem depender de ruptura tecnológica ou de reconstrução de infraestrutura”, afirma.
Um dos símbolos dessa transição em movimento é o caminhão próprio da Binatural, movido 100% a biodiesel (B100), que percorreu cerca de 2 mil quilômetros entre Formosa (GO) e Belém (PA), rumo à COP30, com quase zero emissões de CO₂. A iniciativa demonstrou, na prática, que o biodiesel brasileiro é capaz de descarbonizar o transporte pesado com tecnologia nacional, competitiva e já disponível.
Contudo, o documento final do evento não cita o fim da utilização de combustíveis fósseis, apesar da disponibilidade de alternativas viáveis e eficazes.
Biodiesel em setores de difícil descarbonização
Especialistas do setor apontam que o biodiesel é hoje uma das rotas mais eficazes para reduzir emissões nos chamados setores “hard-to-abate” porque dependem de combustíveis fósseis, como:
- transporte rodoviário pesado;
- frotas urbanas de ônibus e caminhões;
- mineração e construção pesada;
- geração termelétrica;
- transporte ferroviário e marítimo.
Economia circular e segurança energética
Outro ponto que ganhou centralidade no debate climático recente é a economia circular. O biodiesel se insere nesse contexto ao viabilizar o uso de resíduos como óleo de cozinha usado e gorduras animais como matéria-prima energética, reduzindo a pressão sobre recursos naturais e diminuindo a dependência de combustíveis importados.
Nesse contexto, o biodiesel tem sido tratado por analistas setoriais como uma ponte realista entre o modelo fóssil atual e as tecnologias de longo prazo, como hidrogênio verde e combustíveis sintéticos.
Impacto social estruturado
Com o Selo Biocombustível Social, a Binatural integra mais de 25 mil agricultores familiares à cadeia do biodiesel, com investimentos em assistência técnica e infraestrutura rural, estruturando um modelo que alia transição energética e desenvolvimento territorial ao gerar renda no campo, fortalecer a segurança alimentar e estimular a permanência de jovens e famílias no meio rural.
“Quando o mundo discute justiça climática, o biodiesel brasileiro mostra que é possível entregar justiça climática e justiça social ao mesmo tempo. Cada litro de biodiesel da Binatural carrega a história de quem planta, colhe, transforma resíduos e move o país com energia limpa”, destaca Lavor.
