O mercado brasileiro de veículos eletrificados segue em forte expansão. De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o setor registrou crescimento de 89% em 2024, com 177.358 unidades emplacadas, em comparação às 93.927 de 2023. Em 2025, os números continuam em ritmo acelerado. Somente até agosto, já foram 126.087 veículos eletrificados vendidos, o que representa 9,4% de participação no mercado automotivo leve do país. Em maio, o Brasil atingiu a marca de 16.641 unidades comercializadas em apenas um mês, consolidando recordes de vendas consecutivos.
Os veículos eletrificados, que englobam modelos híbridos e 100% elétricos, chamam a atenção pela eficiência energética, menor custo de manutenção e baixa emissão de poluentes. Quando comparados aos motores de combustão tradicionais, que têm aproveitamento médio de apenas 30% devido ao calor e atrito excessivos, os modelos elétricos oferecem melhor desempenho e uso de energia, além de emitirem pouco ou nenhum gás de efeito estufa e ruídos.
Segundo Gyovanna Alves e Silva Oliveira, coordenadora do curso de Engenharia Mecânica da Faculdade Anhanguera, embora a modalidade seja promissora, ainda existem desafios importantes. “Apesar das vantagens ambientais e econômicas, é preciso considerar toda a cadeia, desde a produção até o descarte das baterias, que ainda gera impactos relevantes. Há propostas de reaproveitamento, como uso em sistemas de energia para edifícios, mas isso não elimina a preocupação com resíduos. Além disso, o Brasil ainda precisa expandir a infraestrutura de recarga e diversificar as opções acessíveis ao consumidor”, avalia.
Mesmo diante dessas barreiras, a docente acredita que a tendência é de consolidação. “Os números mostram que o interesse dos brasileiros cresce a cada ano. Com a chegada de novos modelos e preços mais competitivos, somados a políticas de incentivo e campanhas de conscientização, os veículos elétricos devem ocupar cada vez mais espaço no mercado automotivo nacional”, conclui a docente.