Para muitos engenheiros mecânicos, o grande sonho profissional sempre foi o setor automotivo. A área exerce fascínio desde a escolha da graduação, mas na prática o mercado de vagas em montadoras e grandes fabricantes é restrito e extremamente concorrido. A boa notícia, segundo o engenheiro mecânico e mentor Daniel Lemos, é que existem outras possibilidades de atuação dentro desse mesmo setor, com grande demanda e espaço para quem opta por seguir carreira de forma autônoma.
“Eu tenho alunos que conquistaram seus melhores resultados justamente no setor automotivo. É uma área que continua sendo o desejo da maioria dos engenheiros, mas nem sempre da forma como eles imaginam. O trabalho autônomo abre portas em diferentes frentes e oferece liberdade e faturamento muito maiores do que a maioria das vagas CLT”, afirma Lemos, fundador da Engenhando Soluções e criador do treinamento Engenheiro Mecânico Autônomo, que já impactou mais de 3 mil profissionais em todo o país.
Segundo o especialista, existem algumas frentes principais em que o engenheiro mecânico pode atuar de forma independente no setor automotivo:
- Perícias e processos judiciais
Uma das atividades mais consolidadas é a atuação como perito judicial ou como assistente técnico em processos envolvendo veículos. Questões como falhas mecânicas, defeitos de fábrica e problemas pós-compra frequentemente vão parar na justiça, exigindo parecer especializado.
“Quando uma pessoa compra um carro e decide processar a fabricante ou a concessionária, o juiz nomeia um perito. Cada parte também pode indicar o seu assistente técnico, e é aí que entra o engenheiro mecânico”, explica o engenheiro.
- Planos de manutenção de frotas
Outro nicho em expansão é a elaboração de planos de manutenção para frotas. Grandes empresas que utilizam veículos dentro de suas operações exigem documentação técnica que garanta segurança e continuidade dos serviços.
“Eu, por exemplo, atuo com uma grande companhia de locação que aluga carros para empresas terceirizadas em ambientes industriais. Nesse caso, é obrigatório apresentar o plano de manutenção para que os veículos possam circular sem riscos”, afirma Lemos. Segundo ele, esse tipo de demanda tem se multiplicado em setores como energia, logística e na indústria.
- Transformação e alteração de veículos
Há ainda oportunidades na emissão de laudos técnicos para transformação ou alteração de veículos. O engenheiro é o responsável por atestar tecnicamente a modificação e garantir que o veículo esteja em conformidade com as normas vigentes.
“Seja para transformar um veículo comum em ambulância, por exemplo, ou para destransformar uma ambulância e devolvê-la ao uso misto, é indispensável o laudo do engenheiro mecânico”, reforça Lemos.
- Laudos de problemas mecânicos
A quarta frente envolve a análise técnica em casos de falhas mecânicas, geralmente contratada por pessoas físicas em disputas com oficinas. O engenheiro verifica a procedência do serviço, identifica falhas e emite laudos que podem ser utilizados inclusive em ações judiciais.
“É muito comum o cliente desconfiar que o problema veio da oficina que refez o motor do carro dele, por exemplo. Nesse caso, fazemos a averiguação técnica, avaliamos e emitimos o laudo conclusivo”, detalha.
Para Lemos, o setor automotivo mostra como a atuação autônoma abre horizontes em áreas que, para muitos, parecem inacessíveis. “As vagas em montadoras são poucas, mas o mercado automotivo não se resume a isso. Existem inúmeras possibilidades de trabalho e o engenheiro autônomo pode conquistar faturamentos muito maiores do que teria como empregado”, conclui.
Reconhecido como um dos principais mentores de engenheiros no Brasil, Daniel Lemos realiza eventos para centenas de profissionais e já foi premiado como referência digital em sua área. Sua proposta é clara: mostrar que a engenharia mecânica autônoma é não apenas viável, mas o caminho mais promissor para a profissão no futuro.