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Mudança na CNH reforça desafio de atrair profissionais ao Transporte Rodoviário de Cargas
Projeto de lei que amplia exigência do exame toxicológico pode impactar a formação de condutores profissionais e reforça a necessidade de estratégias para atrair novos motoristas ao setor
Por Administrador
Publicado em 30/06/2025 12:09
Mobilidade
Divulgação SINDICAMP

A aprovação, por parte da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Projeto de Lei nº 3.965/2021, na qual estende a obrigatoriedade do exame toxicológico para candidatos à primeira habilitação nas categorias A e B, vem reacendendo o debate sobre os desafios enfrentados pelo setor de transporte rodoviário de cargas na formação de novos motoristas profissionais.
Com o novo texto, que aguarda sanção presidencial, o exame – antes exigido somente para categorias C, D e E – passará a ser obrigatório já na base do processo de habilitação. Embora a medida tenha como objetivo aumentar a segurança no trânsito, especialistas do setor alertam para possíveis consequências negativas na renovação da mão de obra no transporte, que já enfrenta um déficit crescente de motoristas qualificados.
“O Brasil vive um ciclo preocupante de envelhecimento de motoristas e redução da entrada de novos profissionais no mercado. Qualquer barreira adicional, como o aumento de custos para iniciar a habilitação, pode afastar ainda mais os jovens de ingressarem na profissão”, destaca José Alberto Panzan, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Campinas e Região - SINDICAMP.
De acordo com a Confederação Nacional do Transporte - CNT, mais de 65% das empresas de transporte relatam dificuldades para contratar motoristas qualificados. Além disso, a idade média dos profissionais do setor já ultrapassa os 50 anos, representando um risco de descontinuidade na operação logística nacional nos próximos anos.
A exigência do exame toxicológico para os novos condutores das categorias A e B, com custos que variam de R$ 120 a R$ 250, pode representar uma barreira significativa para jovens de baixa renda. Esses condutores iniciantes, que tradicionalmente migram para as categorias D e E ao longo dos anos, alimentam a base do setor de transporte rodoviário de cargas. Sem esse fluxo de renovação, a escassez tende a se aprofundar.
Diante desse cenário, o SINDICAMP reforça a importância de as empresas de transporte adotarem estratégias estruturadas para atrair, formar e reter motoristas. Iniciativas como parcerias com centros de formação de condutores, criação de programas internos de capacitação e concessão de benefícios para incentivo à habilitação profissional tornam-se diferenciais cada vez mais necessários.
Recentemente, o sindicato promoveu uma nova edição do Programa Inovação Estratégica e Gestão Empresarial, que teve como foco principal a escassez de motoristas. O encontro reuniu lideranças de transportadoras e trouxe cases reais de empresas que estão conseguindo enfrentar o problema por meio de ações práticas, como o custeio parcial da CNH, o mapeamento de talentos internos e o engajamento de jovens aprendizes.
“Há uma oportunidade importante para o setor deixar de ser somente reativo e adotar uma postura propositiva. A aprovação do projeto de lei deve ser interpretada também como um sinal de que precisamos nos antecipar aos desafios. A solução para a falta de motoristas passa pelas empresas, pelo poder público e pela sociedade”, afirma Panzan.
O SINDICAMP defende que o exame toxicológico seja acompanhado por políticas de incentivo, como a CNH Social, com acesso gratuito ao processo de habilitação e apoio financeiro aos exames obrigatórios. Para o sindicato, tão importante quanto a segurança no trânsito é garantir que existam profissionais suficientes para manter o Brasil em movimento.

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