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Preferência por comprar carro usado cresce, mas é preciso cuidados para não cair em cilada
De documentação falsa a problemas imperceptíveis, especialista da Auto Avaliar alerta sobre os perigos antes de adquirir o tão sonhado automóvel
Por Administrador
Publicado em 02/06/2025 12:07
Mercado
Reprodução Freepik

A preferência dos brasileiros pela compra de veículos seminovos e usados está ganhando força nos últimos anos. Somente no primeiro bimestre de 2025, as vendas aumentaram 7% na comparação com o mesmo período no ano passado, superando a marca de 2,5 milhões de carros usados vendidos. O motivo? Os preços proibitivos dos 0Km. Hoje, os modelos mais baratos do mercado ficam em torno de R$ 75 mil, enquanto há 10 anos, eram cerca de R$ 25 mil. Mas, o que pode ser uma excelente saída para quem deseja trocar de veículo sem comprometer o orçamento, também esconde armadilhas que pesam no bolso.
Antes de fechar negócio, é fundamental realizar uma avaliação criteriosa do veículo. A recomendação inicial é pesquisar a reputação do modelo desejado e os preços de mercado, considerando fatores como custo de manutenção, disponibilidade de peças, índice de desvalorização e valor do seguro. Vale, ainda, verificar as opiniões de outros proprietários sobre o modelo, focando em questões como consumo de combustível, e problemas comuns. Sites de vendas de carros, relatórios automotivos e fóruns são boas fontes de informação.
“Nem todo carro com preço atrativo representa uma boa compra. Além das características positivas e negativas do modelo, é importante observar o histórico de uso, o estado de conservação e a documentação”, alerta J.R. Caporal, CEO da Auto Avaliar. Ele explica que muitos desses problemas podem ser evitados se a aquisição for feita junto a uma concessionária ou loja que oferecem mais segurança jurídica, garantia obrigatória de 90 dias (Código de Defesa do Consumidor) e veículos revisados e higienizados.
“Se a opção for negociar direto com o proprietário para buscar um valor mais atrativo, os cuidados devem ser redobrados, pois existem muitos mal-intencionados que escondem a realidade do veículo ou que até nem pretendem entregar o bem”, destaca.
Com relação à documentação, o comprador deve verificar se o veículo possui licenciamento, IPVA e eventuais multas quitadas, além de confirmar se não há registro de sinistro, leilão, teve perda total, foi roubado ou clonado. “Peça o número do chassi para consultar o histórico do carro, incluindo registros de acidentes e se ele foi adquirido. Utilize plataformas confiáveis para identificar problemas que os vendedores tentam ocultar”, recomenda.
Vale, ainda, fazer uma inspeção completa do veículo e um test drive para verificar o desempenho do carro em diferentes condições. “O teste é fundamental para detectar ruídos, instabilidade, falhas de câmbio e funcionamento de freios e suspensão. Uma olhada no óleo do motor também pode indicar se a manutenção foi bem-feita”, diz Caporal.
Outra dica valiosa é levar o veículo a um mecânico ou empresa especializada antes da compra. Verifique sinais de repintura, soldas estruturais, desgaste de peças incompatível com a quilometragem e irregularidades no funcionamento mecânico e eletrônico, além de examinar o carro cuidadosamente a procura de sinais de ferrugem, desgaste excessivo nos pneus e verificar se as portas e janelas abrem e fecham corretamente.
Além disso, é preciso ter em mente que a adulteração do hodômetro ainda é uma prática comum. Por isso, vale a pena comparar o desgaste interno do carro (pedais, volante, bancos) com a quilometragem informada.
Caporal lembra que é importante estar preparado para negociar. Ou seja, use as informações que você reuniu para negociar um valor justo sem medo de fazer uma oferta abaixo do preço pedido. “Se o vendedor não aceitar sua oferta, não hesite em buscar outras opções. A pressa pode levar a decisões financeiras arruinadas”, lembra.
Também é essencial ter o contrato de compra e venda. “Certifique-se de que tudo esteja formalizado em um contrato de compra e venda, incluindo informações sobre o estado do carro e qualquer acordo feito na negociação. Prefira realizar o pagamento somente após a verificação completa e formalize a venda por meio de contrato com firma reconhecida, evitando acordos verbais ou pagamentos antecipados sem garantias”, diz.
Outra dica valiosa, é ficar atento às condições do pagamento. Se for preciso financiar, tem de checar as taxas de juros. “Lembre-se, sempre que possível, considere pagar à vista, pois isso pode dar mais poder na negociação”, recomenda.
Por fim e não menos importante, desconfie de ofertas muito boas. Se o preço parece bom demais para ser verdade, pode ser um sinal de alerta. “Seguindo essas dicas, você aumenta suas chances de fazer uma compra segura e satisfatória ao adquirir um carro usado”, conclui Caporal.

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