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Esfera Brasil e MBCB discutem caminhos para reduzir emissões de CO2 no setor de mobilidade sem comprometer neoindustrialização
21/03/2024 09:09 em Ambiente

Um evento organizado nesta terça (19) pela Esfera Brasil, em parceria com a MBCB (grupo de instituições signatárias do acordo de cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil), apontou caminhos promissores para que o Brasil reduza as emissões de CO2 de seu setor de mobilidade de maneira economicamente sustentável e sem comprometer objetivos do atual programa de neoindustrialização.

O seminário “Caminhos para a Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil” contou com a participação de algumas das maiores autoridades do país, como o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, além do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e do ministro dos transportes, Renan Filho.

Na abertura do seminário, Aloísio Mercadante salientou que, apesar do cenário global desafiador, o Brasil vive “uma janela de oportunidades extraordinária” e que “nossa rota tecnológica promissora [para o setor de mobilidade] é o carro híbrido, pois o país já tem uma história de 48 anos produzindo o etanol”.

O ministro Paulo Pimenta acrescentou que “é fundamental responder aos desafios complexos impostos pelas mudanças climáticas, seja com políticas de mitigação, seja de adaptação” e que o Brasil tem “papel importantíssimo na transição global para uma matriz energética sustentável”. A leitura foi corroborada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que afirmou: “Nós somos exemplo. 85% da frota brasileira é “flex”. É [preciso] estimular energia limpa, renovável, geradora de emprego, que fixa carbono no solo”.

A transição energética é um dos temas prioritários da Esfera Brasil para 2024. “O Brasil é uma potência ambiental – e é reconhecido pelo mundo inteiro dessa forma”, avalia a CEO da Esfera Camila Funaro Camargo. Segundo ela, “a agenda da descarbonização nos coloca numa posição natural de liderança global, seja pela importância de nossos biomas, seja pelo potencial do país em criar cadeias produtivas mais verdes.

A CEO acrescentou ainda que “o destino nos deu um bilhete premiado. Ignorar a agenda ambiental seria o equivalente a perder a maior oportunidade que o país já teve de dar um salto de desenvolvimento. Debates qualificados como este, que promovemos hoje, são fundamentais para o país avançar nessa agenda”.

Estudo

Durante o seminário, foi apresentado um estudo inédito encomendado pela MBCB, intitulado “Trajetórias Tecnológicas mais Eficientes para a Descarbonização da Mobilidade”. Realizado pela LCA Consultores e MTempo Capital, a pesquisa apontou que os veículos híbridos – isto é, movidos a biocombustíveis e eletricidade – são a melhor aposta do país para promover uma descarbonização mais rápida e economicamente sustentável.

O estudo projetou três cenários para a evolução da frota brasileira até 2050: o “status quo” (a proporção de veículos híbridos e elétricos continua crescendo no ritmo atual) e dois cenários nos quais a frota brasileira se aproxima do padrão global de veículos verdes, num caso com predominância de veículos híbridos, no outro com predominância dos 100% elétricos.

Do ponto de vista econômico, o estudo revela que um aumento na frota de carros híbridos é o cenário mais benéfico para o Brasil. Em relação ao “status quo”, estaríamos adicionando R$ 877 bilhões ao PIB, gerando mais de 1 milhão de novos empregos e ampliando a arrecadação do setor em R$ 318 bilhões até 2050. No cenário com preponderância dos carros elétricos, todos esses indicadores apresentam queda em relação ao “status quo”.

O mais revelador, porém, é que a aposta nos veículos híbridos também se mostrou a menos poluente. A maioria dos levantamentos sobre setor automotivo considera as emissões de CO2 geradas pelo automóvel em funcionamento, uma metodologia apelidada de “poço à roda”. O estudo encomendado pela MBCB é um dos primeiros a considerar o ciclo inteiro de vida do automóvel, ou seja, do “berço à roda”.

Imagem: Reprodução

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